sábado, 27 de setembro de 2008

Diferente

Hoje acordei me sentindo estranho, acho que sentindo uma coisa a menos... Sem ela me revirei diferente na cama, olhando para as paredes de cores e texturas diferentes de sempre. Levantei meu corpo diferente e caminhei em círculos estranhos pelo quarto estranho e pela sensação estranha. 

Pela janela, a claridade diferente de sempre me espanta os olhos admirados. Pela janela, a paisagem diferente de sempre, com seus mesmos elementos de todas as manhãs diferentes se mostram com cuidado, como sempre. E hoje, diferente.

Pela porta, os muitos caminhos diferentes de sempre vão perdendo suas infinitas possibilidades e se concretizando em vias únicas diferentes, como sempre. E hoje, diferente.

O gosto da pasta de dentes. O frio das roupas penduradas nos cabides. O barulho do abrir da porta convidando-me para sair. Tudo de sempre. Tudo diferente.

Porque fui dormir diferente ontem, hoje acordei diferente. Acordei me sentindo como a muito tempo não me sentia, acho que com algo a menos. Fui dormir diferente ontem porque brinquei com palavras, fiz poemas e enderecei.

Dormi diferente porque voltaram, voltaram rasgados. Dormi diferente porque juntando seus pedaços procurei pelo o que hoje já não encontro: o algo perdido. Sem isso acordei estranho. 

Hoje, acho... Acho que estou me sentindo... BEM... 

E o algo continua perdido: a vontade de juntá-los.

2 comentários:

Anônimo disse...

De fato, nós nunca somos hoje os mesmos de ontem... As vezes, o que vai, volta rasgado e desperta novas sensações em nós, desapontamentos, alívios... Tudo é muito relativo: o diferente é igual e o igual, diferente.

Anônimo disse...

Nossa...que texto diferente. Bom como os outros, mas diferente. Como o novo ricardo versão 5.1 beta. igual, mas diferente!