Você passa pela sala tentando imaginar como o autor daqueles acordes conhecia tão bem seu gosto musical, ao ponto compor a melodia exatamente como deveria ser composta. Para você. Perfeitamente.
O quadro no final da sala usa suas cores favoritas. A mistura dos tons é exatamente a que chama sua atenção. O tema do quadro, "É claro! Como eu não havia pensado nisso antes?", é perfeito. Como se fosse meu.
Recorte as citações das quais mais goste e coma. Sinta a vibração das melhores ondas sonoras na superfície de um copo com água e beba. Vista a tela da imagem e faça dela uma roupa sua. Aproveite se puder.
E você não pode. Não no seu caso. A casa não é sua. Você não tem todo esse arcabouço de sentimentos que o completa.
Ensaie seus passos para fora! Esqueça que tudo isso existiu! A porta aberta que o fez conheçer essas emoções é a que o convida a sair!
E os contos? as músicas? as imagens? toda essa identificação? Besteira! Não é seu! Não é seu! A Sala não o quer lá! Acha que houve reciprocidade?
Acha que há reciprocidade?? Todas aquelas letras juntas pelo mesmo sentimento que o seu não precisam de você; Os conjuntos de instrumentos transmitindo emoções tão belas sobreviverão à eternidade perfeitamente você existindo ou não; os conceitos das imagens irão tocar outras pessoas.
E com andando devagar, já ao longe você olha pra trás e lê nos lábios da casa: "Saia daqui. Só você se completou."
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