domingo, 22 de junho de 2008

Memória

Dos passos adestrados em direção ao edifício

Aos passos perdidos na multidão

Passa pelo caminho de sempre para alcançar o portão

Procurando uma trilha entre as pessoas e rumo ao encontro

Esperado encontro, vê o porteiro conhecido.

Encontro cheio de dúvidas, como esperar

Atravessar o corredor até o elevador. Não é tão estranho

Quanto a possível reação dela,

O som do elevador chegando é familiar

Como a tensão do momento decisivo.


A diferença é o estado de espírito.


E abre a porta de casa.

E a encontra.

Reconhece os caminhos da sala

E perde-se ao dizer tudo o que julga importante

Senta-se no sofá para não cair

E ouve tudo o que ela julga importante.


Perdendo-se num turbilhão de memórias.


Mostrando a marca doída do “não correspondido”,

Agora sabe onde está seu corpo.

Vendo ela lhe dar as costas,

Sabe onde está sua mente:

Ela foi embora


Junto com seu coração.

6 comentários:

Rodrigo Augusto. disse...

Obrigado pelo comentário no meu conto experimental, fico feliz que vc gostou :)

Quanto ao seu poema, bem... Ele me fez lembrar muito do Caio Fernando Abreu --- tenha isso como um enorme elogio.

Adorei seu texto "Consciência" também.

um abraço*

Anônimo disse...

Que gradabilíssima surpresa tua obra. Hei de voltar sim.
Continue dando tudo de si a originalidade.
Não sei se já leu alguns escritos poéticos meus. Caso seja do interesse volte lá, http://secretariaeletronica.blogspot.com

Saudações literárias,
venha você também para o contra-fluxo.

Anônimo disse...

Ricardo! Muito obrigado pelo seu comentário no meu textículo imprescindível, só você entendeu....rs
E pare de fazer textos ótimos por que estou morrendo de inveja! Aliás, tenho que conversar com o senhor sobre isso! Até mais

Anônimo disse...

eu tinha tentando fazer um comentário aqui, mas não mandou...

enfim, adorei seu poema (como geralmente adoro) e quero saber: por onde andou??? aaaahhh fez falta!

bjo!

Unknown disse...

oi =)


obrigado, que bom que voce gostou =D

andei ocupado com vestibulares... começo de faculdade ... mudanças na vida tals..


valeu, denovo!

Unknown disse...

Comentário sobre o texto:

Não sei se me fiz perceber, mas o poema tem dois planos de fundo e pode ser lido de três formas diferentes:

1 - Linha sim, linha não é o que acontece com o corpo dele, de verdade;

2 - Linha não, linha sim é o que acontece na mente dele, pela memória (na penúltima estrofe é o contrário...) e

3 - Tudo junto, com a sucessão real das coisas, mostrando a sobreposição de ação e pensamento.


As estrofes de uma linha são sempre lidas.